Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2015

Quando te olho

Essa procissão de ideias que segue o caminho sem pensar... Esse pendor pelo que não é banal Esse afeto pelo que gera mal estar. Nunca pensou que sumir seja uma forma de aparecer? Que a distância seja uma forma segura, de lhe ter? De que adianta eu te querer se você é vento, poeira... E eu não poderia te guardar nos meus braços... De que adianta eu mergulhar nos seus passos Se você está sempre à beira de abismos, pedras, vôos altos... Não sei acompanhar seu ritmo Mas observo com amor sua meninice e sua adultez Dos males, o menor, é o meu talvez. Dos bens, quando te olho, é tão legítimo... (Raquel Amarante)

Carne crua

                              à Bhagwan Shree Rajneesh Duro é descobrir que brisa não é vento. Que o ar que eu respiro não é autêntico. Que não estamos crús, fomos temperados. Salgados, apimentados por outros... Como me livro deste sabor agora?  Esse sabor que não fui eu que dei à vida. Esse gosto de carne mal passada, prato predileto de quem come minha entrada, sem acompanhamento. O prato principal de mim nunca vai ser servido. Ele não é para ser admirado, degustado. Ele está sendo cozido em fogo baixo e é pra ser comido no silêncio do quarto. (Raquel Amarante)