à Bhagwan Shree Rajneesh
Duro é descobrir que brisa não é vento. Que o ar que eu respiro não é autêntico. Que não estamos crús, fomos temperados. Salgados, apimentados por outros... Como me livro deste sabor agora? Esse sabor que não fui eu que dei à vida. Esse gosto de carne mal passada, prato predileto de quem come minha entrada, sem acompanhamento. O prato principal de mim nunca vai ser servido. Ele não é para ser admirado, degustado. Ele está sendo cozido em fogo baixo e é pra ser comido no silêncio do quarto.
(Raquel Amarante)
Duro é descobrir que brisa não é vento. Que o ar que eu respiro não é autêntico. Que não estamos crús, fomos temperados. Salgados, apimentados por outros... Como me livro deste sabor agora? Esse sabor que não fui eu que dei à vida. Esse gosto de carne mal passada, prato predileto de quem come minha entrada, sem acompanhamento. O prato principal de mim nunca vai ser servido. Ele não é para ser admirado, degustado. Ele está sendo cozido em fogo baixo e é pra ser comido no silêncio do quarto.
(Raquel Amarante)
Poesia para abrir o apetite!
ResponderExcluirNa carne crua não há amor, apenas um dissabor que poucos, muito poucos, sabem/dão o seu real valor.
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